A Academia Geração Futsal do Grupo Desportivo Macedense tem tudo para ser um bom exemplo a nível regional e nacional. É esta a opinião partilhada por quem esteve na apresentação do projecto na passada sexta-feira, como é o caso do próprio seleccionador nacional. Jorge Braz salienta que esta zona do país sempre teve uma ligação ao futsal e que a academia está no bom caminho para se tornar num exemplo a nível nacional.
“Temos uma série de equipas a apresentarem qualidade no panorama do futsal nacional e que fazem parte do interior do país. Esta região sempre teve essas equipas, parece-me a mim, claramente, devido a algumas apostas que houve nos anos anteriores. Temos aqui excelentes exemplos. É possível ter sucesso, seja em que zona for. Têm é que ter qualidade, um determinado enquadramento e parece-me que eles têm isso. Serve de exemplo pela qualidade, pela paixão, pela organização, por um trajecto definido… Não pela especificidade ou como vão fazer… Mas enquadraram e estruturam muito bem a Geração Futsal. Desse ponto de vista é um claro exemplo para muitos clubes e muitas academias que existem pelo país abaixo”.
Jorge Braz recusa comparações com as Academias do Litoral, considerando que esta está bem adaptada à região onde se insere.
“Fazer comparações desse tipo às vezes nem tem grande sentido. São realidades distintas. O enquadramento é que é importante e isso parece-me que existe na Geração Futsal”.
Já na própria cidade de Macedo de Cavaleiros, a vereadora da Cultura e Desporto, Sílvia Garcia, não tem dúvidas de que esta academia é uma mais-valia para o concelho. Considera mesmo que já devia ter sido criada há mais tempo.
“Eu penso que o impacto para a cidade pode ser elevadíssimo. É um projecto que aposta, essencialmente, na formação dos nossos jovens. E é um projecto que já deveria ter sido implementado há muitos anos. Penso que todos os clubes deveriam seguir estas linhas orientadoras e a grande aposta deles não deveria ser, de forma nenhuma, nos seniores mas sim na formação dos nossos jovens”.
A Academia Geração Futsal pretende ser mais do que um projecto desportivo. Por isso, nem sempre o resultado final de um jogo é o mais importante, como explica o coordenador técnico da Academia, Fernando Oliveira.
“Este é um projecto que não é só desportivo. Pretende ser também social, educacional e queremos estar sempre atentos com a integração do desportista na sociedade. Numa fase inicial, nas etapas mais baixas, o resultado será “desprezível”. Como é óbvio ninguém gosta de perder, toda a gente quer ganhar, mas não será relevante. É mais relevante que eles se divirtam. Deixo até um desafio aos pais e encarregados de educação: se calhar a pergunta quando eles vierem de um jogo, não deve ser “ganhaste?”. Deve ser “divertiste-te?”. O projecto numa fase inicial é mais lúdico e numa fase final, o resultado já tem outra importância”.
Na vertente social é importante contar com o apoio de toda a cidade, explica Paulo Pinto, o presidente do Grupo Desportivo Macedense.
“Contamos com o apoio de todos, não só da direcção mas de todos os macedenses, para ter apoio neste projecto e sucesso no futuro. Porque acima de tudo trata-se também de um projecto para a cidade, um projecto não só a nível desportivo mas também social. O projecto pretende ser uniforme. Que permita que os jogadores desde as escolinhas até chegarem aos seniores já tenham “amor à camisola” e já tenham conhecimentos. Para quando chegarem à idade sénior poderem ser uma opção válida para essa mesma equipa”.
Tiago Polido, treinador do Marca futsal e campeão de itália, salienta que só existem duas equipas profissionais no Futsal português, por isso mais importante do que iludir os jovens é incutir-lhes valores.
“Falámos aqui da sustentabilidade que pode vir a ter o futsal nacional. Neste momento sabemos que só temos duas equipas profissionais e será muito difícil iludir os jovens no sentido de um dia mais tarde virem a ser profissionais do futsal. O fundamental neste momento é a ocupação dos jovens, promover e criar valores socioculturais que os ajudem a entrar no mercado de trabalho, na vida… a prepará-los para aquilo que serão as adversidades da vida… Eu penso que a vertente social é, sem sombra de dúvidas, a riqueza de um projecto desta envergadura”.
Treinos três vezes por semana, identidade, objectivos bem delineados, qualidade da equipa técnica… São algumas das características da Geração Futsal que fazem o seleccionador nacional, Jorge Braz, considerar que este é um projecto que tem tudo para ter sucesso.
“É um projecto que tem ideias, que tem um trajecto definido e isso é o mais importante na maioria das vezes. É uma organização que quer revelar uma determinada identidade, de uma região, de um clube…Revelam organização e qualidade. As pessoas que estão associadas são competentes, as ideias existem, o trajecto está definido… É uma análise extremamente positiva, com objectivos claros para a realidade e para aquilo que pretendem. Isso é um grande princípio para terminar bem, parece-me a mim”.
A academia Geraçaõ Futsal foi oficialmente apresentada e arranca já na próxima época.
E para a coordenação técnica da academia foi escolhido Fernando Oliveira. Um transmontano que, apesar de jovem, conta já com um vasto currículo nacional e internacional. Fernando Oliveira explica os motivos que o levaram a aceitar o cargo.
“O que motivou a aceitar este convite foi o enquadramento total com os objectivos a que se a direcção se propôs, e com os quais eu me identificava também. Decidi, dando o meu toque pessoal, aceitar este desafio e assinala-mos o “casamento”.
O coordenador técnico explica ainda porque motivo os treinos terão uma frequência de 3 vezes por semana, o que não é muito habitual.
“Não é muito normal. E além das três vezes eles podem treinar até cinco vezes por semana. É necessário criar a oportunidade de os jovens treinarem, de vivenciarem, de competirem uns com os outros para evoluírem. Três vezes por semana, se calhar para a conjuntura nacional, é um projecto pioneiro, há poucos clubes a fazê-lo. Normalmente treinam duas vezes por semana, começam tarde a época, de uma forma desorganizada… E aqui não queremos que isso aconteça”.
Para já a academia dispõe de 3 técnicos, metade dos necessários. A direcção do Grupo Desportivo Macedense garantiu à Onda Livre que até ao início da época a equipa técnica estará completa.
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