sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Assembleia unida pelo "NÃO" às portagens

Por: Miguel Midões

A Assembleia de Macedo de Cavaleiros foi unânime ao votar favoravelmente a moção da bancada social-democrata, que pretende formalizar uma posição em relação às portagens na futura Auto-Estrada Transmontana. Entendem os deputados que a medida será injusta para os transmontanos e danosa para o turismo regional.


Já na última Assembleia Municipal, o líder da bancada do PSD, José Madalena, tinha feito saber que a posição dos social-democratas do concelho em relação às portagens era de negação. Agora, a mesma bancada apelou à união de todas as forças políticas em torno desta questão e conseguiu. Votada a moção, passou com todo o plenário a votar favoravelmente.
Madalena sublinha o consenso a que se chegou no plenário em relação à injustiça das portagens.

“Hoje aproveitámos para formalizar a questão da nossa posição acerca deste assunto. Há um grande consenso nesta casa em relação ao facto de as portagens serem injustas para os transmontanos. Destaco o facto de sermos os últimos a beneficiar desta infra-estrutura e de a alternativa que nos oferecem estar muito degradada e ser muito sinuosa.”

A Estrada Nacional, que em alguns troços é já inclusive municipal, tem sido experimentada com os desvios feitos com o decorrer das obras. José Madalena sublinha que fica provado que a alternativa não existe.

“Fica provado que a alternativa, se é que alguém a considerou como tal, não existe. O governo deve ponderar bem esta questão. Não somos contra o utilizador-pagador, mas uma vez que o IP4 é destruído, o governo deve ponderar muito bem a introdução de portagens ao longo da A4”.

A mesma moção monstra o descontentamento e a apreensão com mais uma paragem nas obras da Auto-Estrada do Marão, que fará a ligação à Auto-Estrada Transmontana.

“Penso que esta paragem de 60 dias se vai traduzir em atrasos na conclusão da obra, e esperamos que a este atraso não se venham a suceder outros”.

A moção será enviada ao primeiro-ministro e ao Ministro da Economia.
O documento pede ainda que, na inevitabilidade de introduzir portagens, que estas sejam de custo reduzido.

Autarquia de Macedo renitente na criação do CMJ

Por: Miguel Midões

Macedo de Cavaleiros não tem ainda um Conselho Municipal da Juventude porque a Câmara Municipal segue a ideia da ANM (Associação Nacional de Municípios) de suspender a sua criação.
Foi a resposta que Beraldino Pinto, autarca local, deu ao deputado Vitor Matos, também elemento da JS de Macedo, quando questionado acerca da realidade deste processo.

Deputado socialista Vitor Matos


 A Associação Nacional de Municípios não aceitou os estatutos aprovados pelas várias forças da Juventude, dos mais diversos partidos. O documento já foi revisto e terá de ser submetido de novo a aprovação.
Mesmo assim, Vitor Matos garante que os municípios podem avançar com os conselhos municipais da Juventude.

“Isso não é impeditivo de as autarquias seguirem com os conselhos municipais da juventude, e até temos exemplos disso como o município de Alfândega da Fé. Pelo que sei tem sido um bom exemplo porque permite a participação dos jovens na elaboração do plano e orçamento Permite que expressem as suas ideias e preocupações, por isso acho que deve ser aplicado pelas autarquias”.

Mas em Macedo de Cavaleiros, Beraldino Pinto, presidente da Câmara, deixa antever que enquanto não houver aval da Associação Nacional de Municípios, não haverá conselhos da juventude.

“Todo o processo de criação dos mesmos foi muito contestado desde o início. Associamo-nos à posição da ANM, nos termos em que está legislado”.

O deputado socialista questionou ainda o autarca acerca das políticas de fixação de jovens. Apesar de não haver conselhos da juventude, Beraldino Pinto afirma que o executivo camarário não tem esquecido as políticas viradas para a juventude.

“Sem prejuízo de adoptar políticas de juventude e estimular a participação dos jovens, que seria o objectivo dos conselhos municipais da juventude, e não criar uma estrutura, que em vez de ser um fórum ou um espaço de participação, é uma estrutura que não cumpre esse objectivo.”

Outro dos pontos levantados por este deputado visa o ensino superior. Vitor Matos pretendia saber se existem conversações para a vinda de outra instituição de ensino para Macedo.

“O senhor presidente diz que tem apoiado o Piaget para abrir novos cursos, mas estes não aparecem. Pela última informação que tive, a admissão de alunos até à data foi nula. A Câmara tem o papel de aliciar outras instituições, porque o futuro exige que o município tenha uma nova instituição de ensino superior.”

Sobre este último ponto, Beraldino Pinto não se alargou em comentários. O autarca apenas sublinha que seria do agrado da autarquia a vinda de outra instituição de ensino superior, mas adianta que “não seria adequado mencionar os organismos”.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Estacionamento no Azibo poderá vir a pagar-se

Por: Miguel Midões

A consolidação do Azibo como destino turístico facilita a implementação de pagamento de estacionamento nas praias de Macedo de Cavaleiros.
A ideia da autarquia já é antiga, mas o executivo considerava que, até então, não havia predisposição do utilizador para pagar.
Agora, a sugestão voltou a ser lembrada na Assembleia Municipal, pela bancada do PSD, e a Câmara está receptiva à mudança.



O Dia Mundial do Turismo coincidiu com o dia da Assembleia e José Madalena, líder da bancada social-democrata lembrou à autarquia que o Azibo não pode continuar a ser apenas um objecto de despesa e terá de passar a ser uma fonte de receita, que pague os investimentos que são feitos na zona.
À Câmara o PSD propõe que comece a ser cobrado o estacionamento nas duas praias da paisagem protegida.

“ Foi muito bom de ver, este verão, os milhares de pessoas que afluíam às duas praias, no entanto, o cuidado das mesmas traz grandes custos à Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, que tem muitas despesas com a sua manutenção e penso que seria agora altura, depois de estar feita a sua divulgação, de ter algum retorno dos custos que a Câmara tem com aquele empreendimento. Penso que as pessoas compreenderiam bem se fosse cobrado uma pequena taxa de estacionamento de forma a ajudar a cobrir esses mesmos custos.”

A intenção de ser cobrado o estacionamento no Azibo já foi estudada e pode até ser uma solução de ordenamento do estacionamento nas duas praias. Beraldino Pinto, presidente da Câmara Municipal de Macedo, considera que o mais importante é que os utilizadores já estão predispostos a pagar.

“ O estacionamento pago no Azibo foi estudado já há uns anos, é um objectivo que está predefinido como medida do ordenamento até do estacionamento e será implementado ao existirem condições para isso, sendo certo que hoje já há de facto da parte dos utilizadores da praia uma predisposição para fazer o pagamento. Há poucos anos, provavelmente, não haveria uma aceitação das pessoas mas hoje, com o serviço que lhe é prestado, com os equipamentos que são disponibilizados, entendemos que sim, portanto, é natural que venha a acontecer.”

A data para o início do pagamento nas praias do Azibo ainda não foi avançada. As zonas de estacionamento terão de sofrer primeiro pequenas intervenções. No entanto, fica a abertura da autarquia de Macedo para essa possibilidade.

Câmara reduz financiamento aos clubes

Por: Miguel Midões

A redução do valor do financiamento de apoio da Câmara Municipal aos clubes do concelho já começou. Para esta época o decréscimo situa-se entre os 6 e os 10%.
O autarca de Macedo de Cavaleiros diz ainda que as reduções têm de continuar de forma “significativa, mas sem inviabilizar as acções dos mesmos”.

Foto de Arquivo

A questão foi levantada na Assembleia Municipal pelo presidente da Junta de Freguesia de Vilarinho de Agrochão. Manuel Mico considera que, em tempo de crise, é preciso fazer cortes e exigiu saber a redução que os clubes do concelho receberam para esta temporada.
Em resposta, o presidente da Câmara, Beraldino Pinto, refere que o corte já existiu e varia entre os 6 e os 10%

“Os cortes já começaram aos clubes, às colectividades, às associações, e são para continuar de forma sustentável mas com bom senso, tentando que não afecte o normal desempenho das associações, dos objectivos, dos programas de cada uma das colectividades e isso vai desde o desporto, à cultura e a todas essas áreas.”

Beraldino Pinto alertas que os cortes vão continuar.

“É de facto imperioso essa diminuição de transferências da Câmara Municipal para outros organismos, não há condições financeiras para o fazer e, portanto, estamos já a fazê-lo, já houve cortes no orçamento 2011, vai haver cortes no orçamento de 2012 e estamos a tentar colaborar com cada uma das colectividades para diminuir esses encargos.”

O autarca garante que terão de ser reajustadas as actividades das colectividades do concelho, de forma a sobreviverem com o novo volume de receitas que recebem da Câmara Municipal, que tem tendência a descer.


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Enfermeiros suspensos da função de chefias

Um casal de enfermeiros do hospital de Macedo de Cavaleiros foi suspenso das funções de chefia que ocupavam devido a irregularidades detectadas na realização de horas extraordinárias.

O caso está já a ser investigado pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde.
Durante largos meses, o enfermeiro adjunto da enfermeira directora no Hospital de Macedo de Cavaleiros e a responsável pela unidade de cuidados continuados, terão recebido indevidamente dinheiro pago por conta de horas extraordinárias de forma irregular. Ou seja, por horas que nunca deveriam ter sido cobradas ao Centro Hospitalar do Nordeste.
 
Os dois, casados, exerciam funções de coordenação e por eles passava a elaboração dos horários do pessoal de enfermagem.
 
A administração do CHNE confirma a alegada irregularidade. Segundo o presidente da administração, Henrique Capelas, a situação foi detectada numa auditoria interna.
 “Fomos dos primeiros a implementar este sistema, que nos tem permitido avaliar com melhor qualidade do que antigamente, na base do papel preenchido. Foram detectadas duas situações que configuravam algumas irregularidades no que respeita a recebimentos que não deveriam ter tido lugar”, explica aquele responsável.
Henrique Capelas diz mesmo que os dois enfermeiros foram suspensos de funções e o caso remetido para a Inspecção-Geral de Actividades em Saúde.
 
“Emiti um despacho a suspender os dois funcionários em causa a suspender os funcionários em causa das suas funções de coordenação e ordenei de imediato um processo de averiguações, que foi terminado. Analisadas as conclusões do mesmo remeti para a IGAS o processo para continuarem as averiguações, no âmbito do competente processo disciplinar”, disse.
 Na IGAS estão a decorrer dois processos disciplinares que, após investigação, pode dar origem a uma acusação.
O presidente do Conselho de Administração do CHNE admite que o caso se arrastou durante “vários meses” e que em causa estão “milhares de euros”.
 “A situação ainda está a ser analisada e irá ser corrigida”, promete.
O caso está agora a ser investigado pela IGAS.
 
Contactado pela CIR, o enfermeiro em causa escusou-se a tecer comentários enquanto decorrer o inquérito de averiguações.
 
Recorde-se que ainda decorre na IGAS um inquérito sobre o alegado uso irregular de um carro de serviço por parte de um dos elementos do conselho de administração, cuja conclusão deverá ser anunciada em breve.

CDU de Macedo contra extinção de freguesias

Por: Miguel Midões

38 freguesias do concelho de Macedo de Cavaleiros

 
Em relação à possível fusão de freguesias e até mesmo de concelhos, a CDU de Macedo de Cavaleiros, apresentou ontem (27 de Setembro) uma moção na Assembleia Municipal, manifestando a sua preocupação e a sua posição contra a extinção de autarquias.
A deputada Idália Mateus não considera que o despesismo destes organismos seja relevante para que sejam fundidos ou extintos.

“O nosso principal objectivo é alertar para o facto de não entendermos que as Juntas de Freguesia tenham um despesismo tão significativo que valha a pena estar a acabar com elas. Posteriormente iremos estudar o documento verde e também nos pronunciaremos sobre ele.”

A moção acabou por ser votada, reunindo 63 abstenções, apenas 6 votos a favor e 3 contra. Já o documento verde da autarquia será discutido numa sessão extraordinária da Assembleia a agendar.
A deputada explica porque considera que as Freguesias e a figura do presidente de Junta são importantes.

“Há muitas freguesias com pessoas idosas, que assim que precisam de alguma coisa vão logo ter com o presidente de Junta, que está permanentemente disponível. Se esta figura desaparecer, a quem se dirigem, sobretudo os mais idosos, que passam todo o tempo na aldeia e nunca saem de lá”.

A moção passou, mas maioritariamente com abstenções. Luís Vaz, do PS, por exemplo, explicou que concorda com a actual intenção do governo de Passos Coelho, que se aproxima da ideia defendida pelos socialistas. O deputado não só defende a extinção de algumas freguesias, como garante que, de futuro, até alguns concelhos deverão fundir-se.

Produção de vinho mais fraca, mas uvas de qualidade

Por: Miguel Midões

Houve uma quebra na produção vitícola no concelho de Macedo de Cavaleiros.
Este ano são menos as toneladas de uvas que vão dar entrada na Cooperativa Agrícola.
A culpa, dizem os produtores, está no tempo frio de Agosto e nos dias quentes de Setembro.
Ontem foi o primeiro dia de entregas na Cooperativa macedense.

Entrega de uvas decorreu com normalidade, mas tempo de espera rondou as 2 horas


A fila para a entrega das uvas colhidas pelos sócios da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros começava à porta da cooperativa e estendia-se por toda a avenida do Sal.
Dezenas de tractores e de carrinhas de caixa aberta carregados com toneladas de uvas esperavam pela pesagem e pela entrega do produto.
De um modo geral fala-se numa quebra na produção entre os 30 e os 50%.

“A vindima correu mais ou menos bem, mas as uvas, com o calor que esteve, ficaram muito danificadas. Ficaram muito secas e a produção deve ter descido uma média de 30%. Sou um pequeno agricultor, estou a pensar em entregar uma média de duas toneladas. O ano passado consegui um bocadinho mais, rondava os 2700 quilos.”

Ramiro Augusto Medeiros, produtor de Vale Benfeito.
A este, junta-se João Teixeira, de Vilarinho de Agrochão. A produção foi menor, mas as uvas são de qualidade.

“Este ano correu mais ou menos. A produção é menos que o ano passado. As uvas estão mais ou menos boas, mas esta chuva de Agosto devia ter vindo em Junho. Mas, a graduação deve ser fantástica. Estou a pensar entre 15 a 16 toneladas, enquanto no ano passado entreguei 22. Mas, não está nada mal”.

Este produtor defende que a cooperativa comece a receber as uvas mais cedo, sobretudo dos produtores da zona mais quente do município, junto ao concelho de Mirandela.

“A cooperativa podia ter aberto uma semana mais cedo, porque as uvas amadureceram mais cedo e secaram com este calor. Vilarinho é uma parte mais quente do concelho. O meu pai fez-lhes a proposta, mas eles disseram que não.”

João Teixeira adverte que praticamente já não compensa trabalhar a vinha. O pagamento é tardio e pouco para o trabalho que dá. Este produtor nem agoura grande futuro para as cooperativas da região.

“Se formos a ver até nem compensa, mas não temos outra hipótese. Não há ninguém que queira comprar. No ano passado tivemos um preço a rondar os 25 cêntimos e demoram um ano a pagar. Pagaram há uma semana a colheita do ano passado. Mas, enquanto vão pagando já nem é mau. Só que acho que o sector vai morrer. Aqui, Valpaços e Rebordelo e a nossa única hipótese é a de arrancar as vinhas”.

Muitos produtores à porta da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros para entregar as uvas, que serão transformadas em vinho. Conformados com a quebra na produção, só esperam que as portas da instituição se vão mantendo abertas para receber as colheitas dos próximos anos.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Estação de Bruçó ardeu ontem

Por: Miguel Midões

Um incêndio, ontem ao final da tarde, destruiu o imóvel principal da desactivada estação ferroviária de Bruçó, no concelho de Mogadouro.


O presidente da Junta de Freguesia adianta que o incêndio terá deflagrado por volta das 17h30.
Miguel Rito atribuiu o acontecimento a um acto de vandalismo e ao desleixo da REFER.

“Ficou completamente destruído. As chamas chegaram ao imóvel, e como era antigo e em madeira, acabou por arder completamente. Ficaram apenas as paredes. Há um acto de vandalismo, porque alguém pegou fogo perto da estação e este depressa chegou ao edifício, por outro lado a REFER não cuida do património que tem por esse país fora. As linhas estão completamente abandonadas e isso é uma ajuda para o que aconteceu”.

A Junta de Freguesia de Bruçó lança o desafio à REFER para que entregue este património às Juntas de Freguesia e às Câmaras Municipais. Miguel Rito considera que, no local, poderia surgir um alojamento turístico, que depois do incêndio pode agora ficar comprometido.

“Seria sempre um sítio bom para apostar no turismo, porque estamos em pleno Parque do Douro Internacional. Faríamos alojamentos ou uma situação similar. A própria linha podia ser aproveitada para ciclovia. Neste momento será um bocadinho mais difícil, porque as Juntas também não têm muitos fundos, sozinha não tem capacidade financeira para suportar um encargo deste tamanho.”

O autarca de Bruçó afirma que ainda não contactou a REFER para dar conta do incêndio de ontem à tarde, mas garante que ninguém contactou a Junta de Freguesia, no sentido de recolher alguma informação acerca do sucedido.

Macedo ainda tem explorações com brucelose

Macedo de Cavaleiros tem, pelo menos, três vacarias sequestradas devido à brucelose. O nome da doença preocupa, mas o número de explorações onde existe probabilidade de haver animais infectados é diminuto.
A Associação de Criadores e Produtores de Bovinos de Raça Mirandesa não está preocupada com os casos existentes porque já foram encontradas soluções.

Animal de bom porte e saudável a concurso em Bagueixe

 
António Pimentel, secretário-técnico do livro genealógico dos Bovinos de Raça Mirandesa garante ainda que os casos identificados na região estão todos no concelho de Macedo de Cavaleiros.

 “Há alguns casos mas estão em vias de solução. Alguns estiveram em sequestro e neste momento estão livres. Em sequestro significa que não se pode comprar nem vender em vida, vai logo directamente para o matadouro.”

A brucelose é uma das doenças mais graves que afecta os bovinos.
 Na região está praticamente erradicada.
A erradicação começou no ano 2000, quando na altura existiam cerca de 34 mil animais infectados.
 
Em 2001, a então DRATM, Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes lançou uma campanha junto dos Agrupamentos de Defesa Sanitária e, nesse mesmo ano, o número de cabeças doentes desceu para as 10 mil.
 
O trabalho de erradicação tem continuado e, dez anos depois, os casos não são mais do que pontuais.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Combatentes de Angola reunidos em Talhas

Por: Miguel Midões

Cerca de meia centenas de ex-combatentes do ultramar estiveram reunidos, este fim-de-semana, em Talhas, concelho de Macedo de Cavaleiros.
Vieram de todo o país lembrar histórias da Guerra travada em Angola.
Irmãos de guerra, unidos num almoço inteiramente oferecido por um transmontano.
Colegas do Ultramar, em Angola, da companhia 2432, vieram a Trás-os-Montes lembrar duras histórias vividas no Ultramar nos anos 60.

Camaradas da companhia 2432

“Só o facto de ter aqui este convívio é uma grande felicidade. É uma oportunidade de rever velhos tempos. Todos os anos fazemos convívios de batalhão, e como a nossa companhia é especial decidimos também fazer convívio de companhia. A união é tão forte, que eu decidi oferecer este almoço aqui em Talhas e estão cá praticamente todos.”

Narciso Pires, o organizador do evento, ofereceu aos colegas pratos típicos transmontanos: peixes do rio Sabor e posta à mirandesa.
Alferes Augusto Matos, o mais graduado dos presentes no convívio, lembra que nem sequer as famílias conseguem compreender o que passaram no Ultramar.

“Nós juntamo-nos para conviver. Quem anda a escrever, mais vale não o fazer, porque nós contamos os episódios de guerra entre nós, mas nem sequer o fazemos à família. Nós entendemo-nos nas várias pequenas muitas coisas que fazem a diferença”.

José Manuel veio de Sintra e foi o primeiro a organizar um convívio do género há mais de 20 anos.
Um combatente traz outro e a companhia, ou o que resta dela, reúne-se praticamente todos os anos sem interrupção.

“Há uns anos não havia nada do nosso batalhão e fui eu que comecei a organizar os encontros de batalhão, e depois comecei a fazer apenas da companhia também. Agora, tivemos a felicidade de termos um camarada do Nordeste Transmontano a convidar-nos para virmos cá a casa almoçar.”

A companhia 2432 esteve em Angola no noroeste do país, numa zona de mato e era composta maioritariamente por transmontanos.
As histórias da guerra, a dor e a alegria de voltarem à Pátria sãos e salvos foram sentimentos lembrados este sábado em Talhas.

Concurso de raça bovina com mais qualidade que quantidade

Por: Miguel Midões

Produtor de Talhas arrecadou 6 prémios em 7 categorias
A coincidência com a altura das vindimas pode ter estado na origem da diminuição do número de exemplares que, este ano, marcaram presença no concurso concelhio de raça bovina mirandesa, em Bagueixe, Macedo de Cavaleiros.
Houve menos quantidade, mas para a Associação de criadores e Produtores da raça, a qualidade manteve-se.

António Pimentel, secretário técnico do livro genealógico da raça mirandesa, considera que a diminuição do número de exemplares a concurso, este sábado, em Bagueixe, foi pontual.
As vindimas e a brucelose podem estar na origem da pouca afluência.

“Penso que foi uma diminuição ocasional. Este concurso, este ano, foi um bocadinho tardio. O facto de já haver vindimas ajudou à pouca afluência, e depois há algumas vacarias que estão sob sequestro por brucelose, o que pode ter impedido esses animais de participar no concurso”.

Estes concursos servem, sobretudo, para promover a raça mirandesa e estimular a sua criação. António Pimentel garante que o número de efectivos da raça não tem aumentado e até tem diminuído o número de produtores.

“Há vantagens na promoção da raça. É preciso mostrar os bons animais para que os visitantes, e às vezes são muitos, hoje não eram tantos, para que os vejam e para que quando comprem possam fazê-lo com vista a ter bons exemplares. Nestes concursos concelhios pesa mais o critério da morfologia”.

Um concurso que acabou por ter melhor qualidade do que quantidade.

“Em termos de qualidade esteve bem melhor do que em quantidade. Havia um excelente novilho com menos de 12 a 18 meses, outro de 20 a 36 meses e um excelente touro e duas excelentes vacas”.

Luís Reis, produtor de Talhas, arrecadou seis prémios em sete categorias.
É jovem agricultor e sente que são poucos os apoios à produção de exemplares de raça mirandesa.

“A motivação já é antiga. Neste momento considero que a raça mirandesa está muito bem, porque temos a Associação que funciona bem, mas os apoios que dão à agricultura são poucos. Deviam apoiar-nos mais, porque a Agricultura é a base do nosso país.”

Poucos apoios, mas bom escoamento. Tudo o que produz, Luís Reis entrega na unidade de transformação de Vimioso.

Bagueixe, em Macedo de Cavaleiros, recebeu mais um concurso concelhio da raça mirandesa, com mais qualidade do que quantidade de exemplares desta raça autóctone.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Mogadouro inaugura novo pólo escolar

Por: Miguel Midões

O secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social inaugurou esta quinta-feira de manhã (22 de Setembro) a Escola do 1º ciclo do Ensino básico e pré-primário de Mogadouro. Um centro escolar que reúne no mesmo espaço mais de 200 crianças e que nasceu mais pequeno do que era vontade da autarquia.


 
Boa organização espacial, qualidade sem luxo e conforto. Foram as palavras encontradas por Marco António Costa para classificar a estrutura que inaugurou na vila de Mogadouro.
Em época de contenção de despesa, o secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social lembrou o esforço da autarquia em rentabilizar ao máximo espaço e materiais.

“Congrega três questões que me parecem fundamentais. É um equipamento com boa organização espacial. Não me parece que tenha recorrido a materiais exageradamente caros, ou seja, tem qualidade sem ter luxo e é um equipamento que vai servir uma causa importante, que é o conforto das crianças deste concelho”.

O projecto inicial do município de Mogadouro previa a inclusão do 2º ciclo no mesmo espaço, mas a ideia foi chumbada pela DREN, o projecto revisto e a obra atrasada um ano. Fizeram-se obras na Secundária, com um orçamento de cerca de um milhão de euros, que Moraes Machado considera mal gastos.

“Quem constrói um pólo escolar na nossa terra para a pré-primária e para o 1º ciclo também constrói para o 2º ciclo. São tudo crianças e com a sociabilidade altamente intrujada. Ficava um estabelecimento de ensino muito mais fácil de administrar, de gerir, do que dois. Gastou-se dinheiro da infra-estrutura da secundária, que poderia ter sido gasto a investir em curso técnico-profissionais”.

No discurso inaugural do estabelecimento de ensino, Moraes Machado lembrou que a autarquia de Mogadouro é referenciada a nível nacional como um exemplo nas suas infra-estruturas ligadas à educação e na funcionalidade das AEC (Actividades Extra-curriculares), mas isso representa custos acrescidos ao município, como os professores contratados pela autarquia e o transporte das crianças. Confrontado com a situação o secretário de Estado apenas diz que também já foi autarca e reconhece os constrangimentos do poder local.

“Também fui autarca e conheço essa realidade. Ouvi atentamente o que foi dito sobre os quadros interactivos, os manuais escolares, etc. Acho que todos nós temos a consciência que a condicionante financeira não permite que alguém de nós fique de fora de um esforço de contenção”.

Com Marco António Costa, na inauguração da Escola do 1º ciclo e pré-escolar de Mogadouro esteve presente ainda o representante da DREN. Ambos levaram a preocupação de Moraes Machado em relação ao esvaziamento do território. Diz o autarca que, por muito que se continue a investir na educação, a câmara por si só não consegue travar o êxodo de jovens e a diminuição da população. Conta, por isso, que o governo também ajude a fazê-lo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sétima Edição do BTT-Rota do Presunto contou com quase mil inscritos

Por: Sara Geraldes
Lotação Esgotada na sétima edição do BTT- Rota do Presunto que decorreu em Chaves no passado Domingo. Uma prova organizada pelo BTT Clube de Chaves que contou com 850 participantes. Ao todo inscreveram-se 971 pessoas mas, apesar de todos receberem o prémio de participação não foi possível que todos disputassem a prova devido a questões lrelacionadas com o alojamento, como explica o presidente do BTT de Chaves, Mário Barrocas.
Este ano a prova teve um grande sucesso. Os participantes e acompanhantes deram-nos os parabéns e ficaram de vir para o ano. Tivemos 971 inscritos e à volta dos 850 participantes. Não puderam vir mais porque já não havia alojamento para mais ninguém e como vêm de todo o país, alguns não podiam vir no próprio dia e por isso tivemos algumas desistências de última hora. Mas vamos enviar-lhes as prendas na mesma”.
Uma prova de BTT com o nome de um ícone flaviense : o presunto.
Presunto porque é um produto da nossa terra. Chaves é muito conhecida pelo presunto e daí nasceu a ideia da Rota do Presunto”.
Ao todo a prova é composta por 3 percursos e qualquer pessoa se pode inscrever.
Temos um percurso entre 80 e 90 km, um de 50 km e um de 25 km, para os mais jovens. Pode inscrever-se qualquer pessoa. Os não sócios do BTT de Chaves pagam apenas mais 5 euros do que os sócios”.
Um balanço extremamente positivo para este passeio BTT, Rota do Presunto. Para o ano a 8ª edição é garantida.
Um balanço extremamente positivo e o que é mais positivo é o facto de as pessoas saírem satisfeitas e voltarem”, acrescenta Mário Barrocas.
O BTT Clube de Chaves tem vindo a aumentar o número de sócios. Actualmente conta com mais de 400 associados.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Desporto - Rescaldo da Jornada

Por: Sara Geraldes

As Equipas transmontanas brilharam na segunda eliminatória da Taça de Portugal. O Macedo foi à Tapadinha vencer o Atlético por 4-3 nas grandes penalidades. O Mirandela derrotou em casa o Sertanense por 4-2 e o Chaves goleou em casa o Sanjoanense por 3-0. Menos sorte teve o Vila Real que sai da Taça ao perder com o Torreense por 2-0. Rui Vilarinho, técnico do Macedo, mostra-se satisfeito com o resultado. Para o técnico, a equipa manteve a qualidade do jogo do passado Domingo com o Chaves mas desta vez teve mais posse de bola.
Estive mos muito bem. Tivemos mais situações de golo do que tivemos na semana passada em Chaves mas ao nível de trabalho, de esforço, de coberturas defensivas estivemos ao mesmo nível do que na semana passada…Durante o prolongamento os jogadores tiveram uma resposta física enorme, nem eu estava à espera de tanto…”.
Falta agora conhecer o sorteio da 3ª eliminatória da Taça, onde se vai ficar a saber com quem vão jogar as 3 equipas transmontanas que passaram a esta eliminatória. Rui Vilarinho gostaria de jogar com uma equipa da primeira liga, até porque seria uma vantagem para equipa em termos financeiros.
Eu sempre disse que o ideal era um grande e em casa deles. Interessa-nos nestas situações a questão económica. Se for no Estádio da Luz teremos a situação saldada nesta época e na próxima…Não só o Macedo, todas as equipas devem pensar assim, eu assumo isso sem problemas”.
Já João de Deus, o técnico do Atlético afirma que o jogo não foi fácil e dá os parabéns ao Macedo.
Já sabíamos que não ia haver um jogo fácil. Com todo o fair-play temos que dar os parabéns ao Macedo pelo esforço que fez e pelas viagens, conseguiu a vitória…”.
O treinador refere ainda que o Atlético também jogou bem e que o resultado final não espelha a atitude da equipa ao longo do jogo. O sonho de continuar na Taça ficou por aqui para o Atlético.
Esperava ter ganho. Mas não podemos ver a performance do Atlético pelo resultado final”.
Tal como Macedo, o Mirandela continua na Taça de Portugal. Derrotou em casa o Sertanense por 4-2. O técnico Pedro Monteiro refere que, apesar do adversário ser “muito bem organizado”, o “Mirandela foi a melhor equipa em campo”.
Penso que demos a volta ao resultado perante um adversário difícil, muito bem organizado e acho que não há dúvidas de que o Mirandela foi a melhor equipa em campo”.
No Nacional de Juniores C, na 2ª jornada,  o Macedo perdeu em casa por 5-1 com o Barroselas, mantendo-se no último lugar da tabela com zero pontos. Em primeiro lugar encontra-se o Merelinense que venceu nesta jornada o Chaves por 2-0. As reacções dos técnicos para ouvir mais logo às 21h no Onda Desportiva de Rescaldo da Jornada. Destaque nesta edição para a vitória do Macedo de Cavaleiros, saiba como a imprensa nacional falou hoje do Macedo e fique ainda a par da opinião de alguns macedenses entrevistados pelo Onda Desportiva.

Grupos Culturais reunem-se na freguesia de Ala

Por: Miguel Midões

São cada vez mais os grupos de fora da região transmontana a participar no Encontro de Grupos Culturais de Macedo de Cavaleiros. A organização está a cargo da Associação Cultural e Recreativa da freguesia de Ala e João Luís, presidente da associação, só lamenta que o crescente número de participações de fora seja acompanhado pela diminuição dos grupos concelhios.

“Mais ou menos o mesmo, embora haja grupos novos. O encontro segue os mesmos moldes e características dos anos anteriores. A nossa ideia inicial era de fazer o encontro só com os grupos culturais do concelho de Macedo de Cavaleiros, e escolhemos esta data porque seria o culminar das festas, como se nota ao longo dos anos, os grupos do concelho têm ficado em casa, embora não consiga perceber porquê”.



A forte participação de grupos de fora da região resulta de protocolos que se vão criando entre as associações.

“Fomos tomando conhecimentos aqui e além. Há grupos que já vêm aqui pelo segundo ano. Vamo-nos conhecendo e fazendo amizades”.

A população de Ala aplaude a iniciativa da Associação local. A vinda de grupos de fora para o encontro de Grupos Culturais dá mais vida à aldeia de Ala.

“É uma aldeia pequena, mas o dia de hoje é muito lindo. Hoje tinha um almoço fora e decidimos não ir. Ala ganha mais vida”

“Há coisa mais bonita que a nossa aldeia. É óptimo ver toda esta animação”

“Acho muito bem, gostei muito quando soube que iam organizar esta iniciativa”

“Pode haver tão bom, mas melhor não há”.

O encontro de grupos culturais vai já na 4ª edição.

Macedense lança "Compêndio do Cubo de Gelo"

Por: Miguel Midões


“Compêndio do cubo de Gelo” é o nome do livro de Nuno Baptista, apresentado no sábado à noite no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros.
Um conjunto de textos de poesia, escritos em forma de prosa, que pretendem ser tudo menos um cubo de gelo.
O autor macedense confirma que existe uma dualidade entre o título do livro e a poesia que o compõe.

“Mesmo em vários textos falo no cubo de gelo. Existe essa dualidade porque é, para mim, cativante. A poesia é tudo menos uma coisa fria. É intimista, é pessoal, cativante, mas dependendo da forma como for escrita consegue os seus objectivos.”

O primeiro lançamento do livro decorreu no Porto. Macedo de Cavaleiros acolheu o segundo lançamento. Nuno Baptista admite que a sua escrita é difícil para a grande maioria dos leitores, mas sublinha que mesmo assim o feedback é positivo.

“Tenho tido um bom feedback. Já ouvi várias críticas. As pessoas dizem-me que não percebem algumas coisas, mas que escrevo bem, e escrevo aquilo que as pessoas pensam, mas não têm coragem de dizer”.

“Compêndio do cubo de gelo” é um livro de poesia destinado a uma população-alvo na casa dos trinta anos. Uma obra que quebra as regras da escrita e da imaginação. Está nas bancas sob a chancela da editora portuense Corpos.

Chacim: capital da cebola

Por: Miguel Midões

Cerca de 25 toneladas de cebolas foram comercializadas, este ano, na Feira das Cebolas, em Chacim, no passado sábado.
A produção esteve boa e a comercialização esteve ao nível dos anos anteriores.
As cebolas produzidas em Chacim têm tido sempre escoamento, como refere o presidente da Junta de Freguesia, José Génio.



“A quantidade de cebola para venda ronda as 25 toneladas. Mais ou menos o mesmo que no ano passado. Se houver bom escoamento, o que tem tido ao longo dos anos, é rentável. A Feira das cebolas não tinha nada a ver com as outras duas feiras do mês, dos dias 4 e 19, mas acabaram. Nós bem queríamos que, pelo menos uma, se mantivesse”.

O presidente da Junta, que também é produtor de cebolas, refere algumas das boas práticas necessárias a ter em conta para uma boa campanha.

“Tratar bem a terra, estrumá-la, lavrá-la, cavá-la, regá-la e não deixar criar ervas. É importante não lhe meter herbicidas. Cada um gosta de ver a sua (cebola) maior. Eu estou aqui com o vizinho ao lado e estou sempre a dizer que a minha é melhor, mas isso é muito relativo. Não há aqui má qualidade”.

Entre 4 e 6€ o cabo. Um preço acessível.
Henrique Rocha, conhecido como o mais antigo produtor de Chacim, refere que produzir boa cebola dá muito trabalho.

“A produção dá muito trabalho. Plantam-se e depois é preciso tratar delas. Dá muito trabalho, nunca está o trabalho feito. Para as encabar também dá muito trabalho”.

Em termos de compradores, muitos aproveitam a Feira das Cebolas, em Chacim, para garantir o stock para o resto do ano.

“Em geral venho sempre aqui comprá-las. Compensa e são cebolas de marca. Vimos aqui, damos uma volta, almoçamos e compramos”
“Quando não venho mando comprar. A cebola é boa. Não tenho um fornecedor assíduo. Compro todos os anos para fazer stock em casa.”

Este ano, a Feira das Cebolas, em Chacim, também contou com a animação musical da Banda do Brinço.